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​​Seminário: Meio Ambiente & Teologia

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP
Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciência da Religião

Disciplina: ​Questões Epistemológicas e Metodológicas

Professor: ​Profa. Dra. Maria José Fontelas Rosado Nunes

Alunos: ​Antonio de Oliveira Siqueira

Tema: ​Seminário: Meio Ambiente & Teologia

Data: ​​26/09/2016

1. IDENTIFICAÇÃO DA OBRA

1.1 Referência bibliográfica completa

VILLAS BOAS, Alex. Meio ambiente & teologia. São Paulo: Senac, 2012. 248 p.

1.2 Localização da obra

Para efeito de aquisição, a obra está disponível para compra principalmente pelos meios eletrônicos e não encontrada com facilidade para compra imediata em livrarias.

Em bibliotecas, foram consultados dois acervos, o da PUC-SP e o pertencente à Universidade São Judas Tadeu.

Quando consultadas, encontramos apenas na PUC-SP, tendo disponíveis dois volumes na unidade do Ipiranga.

1.3 Indicações bio-bibliográficas do autor

• Endereço para o CV Lattes: <http://lattes.cnpq.br/2080560958654415>

• CV Lattes (Atualizado e 13/09/2016):

o Pós-doutorado em Teologia pela Pontificia Università Gregoriana – Roma com pesquisa sobre Elementos de uma Espiritualidade do Conflito: Análise sobre a concepção de Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola entre Karl Rahner e Hans Urs von Balthasar.

o Pós-doutorando em Ética e Linguagem Teológica pela PUC-Rio (FAPERJ)

o Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2012).

o Atualmente é Professor de Teologia no Programa de Pós-Graduação em Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR.

o Foi coordenador do curso de Teologia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP (2015-2016).

o Professor convidado da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC Rio (2010-2011) e na Faculdade de Letras da Universidade de Aveiro, Portugal (2011-2014). 

o Editor da Teoliterária, Revista Brasileira de Literaturas e Teologias.

o Membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Teologia e Ciências da Religião – SOTER.

o Coordenador do Grupo de Trabalho de Religião, Arte e Literatura da Sociedade Brasileira de Teologia e Ciências da Religião – SOTER.

o Coordenador da Sessão Temática de Religião, Arte e Literatura da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Teologia e Ciências da Religião – ANPTECRE.

o Vice-presidente da Associação Latino Americana de Literatura e Teologia – ALALITE.

o Vice-líder do LERTE – Grupo de Pesquisa em Literatura, Religião e Teologia da PUC-SP (2010), registrado no CNPq. Membro da Sociedade Brasileira de Teologia Moral – SBTM.

o Membro do Centro de Estudos Literários, Fenômeno Religioso e Artes da Universidade Estadual de Campinas – CELTA – UNICAMP.

o Ainda como pesquisador atuou: no Centro Estudos Medievais Oriente e Ocidente, CEMOrOC da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – USP, Sociedade Brasileira de Logoterapia – SOBRAL (desde 2006) na área de Logoterapia aplicada a Educação.

o Como Assessor Teológico é colaborador: do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB; Conferência dos Religiosos do Brasil – CRB e colaborador dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola no Centro de Espiritualidade Inaciana de Itaici e no Centro de Juventude e Vocações Anchietanum da Companhia de Jesus, SJ. Assessor Teológico na Arquidiocese de São Paulo e na Arquidiocese de Sorocaba. 

o Áreas de Interesse: Antropologia Teológica, Sentido da Vida, Teologia e Literatura, Ética Teológica, Mística e Práxis, Alteridade, Teologia da Cultura, Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola.

• Artigos completos publicados em periódicos

MARIANO, ALEX VILLAS BOAS OLIVEIRA. Em busca de uma Teologia Pública da Saúde. Horizonte: Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião (Online), v. 14, p. 89-121, 2016.

VILLAS BOAS, ALEX; MANZATTO, Antonio. Linguagens sobre Jesus: Desafio Antigo e Novo. Revista Brasileira de Literaturas e Teologias, v. 6, p. 6-10, 2016.

VILLAS BOAS, Alex. Recuperar a lógica poética da Revelação: Uma contribuição do diálogo entre teologia e literatura. Interações: Cultura e Comunidade (Uberlândia. Online), v. 11, p. 61-86-86, 2016.

BOAS, A.V.; GRENZER, M. A Resistência das Parteiras (Ex 1,15-22): Especificidades de Uma Teologia Literário-Narrativa. Estudos de Religião, v. 29, p. 129-152, 2015.

VILLAS BOAS, A. Religião, Arte e Literatura: interfaces do Sagrado (Editorial). Revista Brasileira de Literaturas e Teologias, v. 5, p. 8-12, 2015.

VILLAS BOAS, A.; MANZATTO, Antonio; PALUMBO, M. C. A. Homenagem a Dra. Agustina Serrano Pérez. Revista Brasileira de Literaturas e Teologias, v. 5, p. 246-254, 2015.

VILLAS BOAS, A.; ALTRAN, J. Entrevista sobre a Pesquisa na Área de Teologia e Literatura. Último Andar (PUCSP. Online), v. 25, p. 15-23, 2015.

VILLAS BOAS, ALEX; MANZATTO, Antonio. Teologia e Literatura: Metodologias Possíveis. Revista Brasileira de Literaturas e Teologias, v. 5, p. 8-13, 2015.

VILLAS BOAS, A. Identidade e alteridade a partir da concepção de personagem em Emmanuel Levinas. Forma Breve, v. 12, p. 79-92, 2015.

VILLAS BOAS, A. Identidade e Alteridade – o legado de Paul Ricoeur. Revista Brasileira de Literaturas e Teologias, v. 2, p. 5-16, 2015.

VILLAS BOAS, A. Se poeticamente o humano habita o mundo, poeticamente Deus habita o humano. Revista Brasileira de Literaturas e Teologias, v. 1, p. 6-13, 2015.

VILLAS BOAS, A. Reforma eclesial e recepção conciliar: crise da linguagem teológica e recepção estética do Vaticano II. Perspectiva Teológica (Belo Horizonte), v. 46, p. 45-70, 2014.

VILLAS BOAS, A. Revisitando a Tradição a partir do diálogo entre Teologia e Literatura. Revista de Cultura Teológica, v. 22, p. 35-65, 2014.

VILLAS BOAS, ALEX. A natureza poética da espiritualidade não religiosa: Um olhar a partir de Jean Paul Sartre. Horizonte: Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião (Online), v. 12, p. 777-804, 2014.

VILLAS BOAS, A. Recepção estética e deslocamento semântico-teológico da obra de Homero. Revista Brasileira de Literaturas e Teologias, v. 4, p. 265-277, 2014.

MARIANO, A.V.B.O.; MANZATTO, Antonio. A Bíblia na relação entre Teologia e Literatura Vol. II (Editorial). Revista Brasileira de Literaturas e Teologias, v. 4, p. 8-11, 2014.

MARIANO, A.V.B.O.; MANZATTO, Antonio. A Bíblia na relação entre Teologia e Literatura: Volumes I e II. Revista Brasileira de Literaturas e Teologias, v. 4, p. 8-11, 2014.

VILLAS BOAS, A. A questão de Deus entre a Teologia e a Literatura Contemporânea. Forma Breve – Revista de Literatura, v. 1, p. 83-97, 2014.

VILLAS BOAS, A. A dimensão social da Evangelização e o discernimento da caridade. Revista de Cultura Teológica, v. 84, p. 13-25, 2014.

VILLAS BOAS, A. Em tudo amar e servir: Projeto de vida. Itaici (São Paulo), v. 92, p. 73-82, 2013.

VILLAS BOAS, A. Love and serve in everything you do: Life ProjectItaici (São Paulo), v. 92, p. 73-82, 2013.

VILLAS BOAS, A. Amar y servir siempreProyecto de VidaItaici (São Paulo), v. 92, p. 73-82, 2013.

MARIANO, A.V.B.O. Teoliteraria Argentina 2: Una segunda ediciónRevista Brasileira de Literaturas e Teologias, v. 3, p. 7-9, 2013.

VILLAS BOAS, A. Editorial. Revista Brasileira de Literaturas e Teologias, v. 3, p. 6-10, 2013.

VILLAS BOAS, A. Literatura e Teologia em diálogos e provocações. Revista Brasileira de Literaturas e Teologias, v. 2, p. 5-10, 2012.

VILLAS BOAS, ALEX. A ideia de poiésis na Teologia Cristã. Revista Brasileira de Literaturas e Teologias, v. 2, p. 264-290, 2012.

VILLAS BOAS, A. A proposta de uma Teopatodiceia como pensamento poético-teológico. Ciberteologia (São Paulo. Edição em Português), v. 36, p. 23-54, 2011.

VILLAS BOAS, A. A essência da linguagem. Revista Brasileira de Literaturas e Teologias, v. 1, p. 5-11, 2011.

VILLAS BOAS, A. Poesia e Mística: Um dedinho de prosa com Adélia Prado. Revista Brasileira de Literaturas e Teologias, v. 1, p. 213-217, 2011.

VILLAS BOAS, A. El sentido de la vida en la poesia apasionada de Carlos Drummond de Andrade: una refléxion entre literatura y teologíaTaller de Letras (Santiago), v. 44, p. 149-162, 2009.

VILLAS BOAS, A. Padre António Vieira: 4o Centenário de um teólogo desconhecido. Revista de Cultura Teológica, v. 16, p. 147-182, 2008.

VILLAS BOAS, A. FIDES ET RATIO: AS ASAS DE ÍCARO NA MODERNIDADE. Revista Eletrônica Espaço Teológico, v. 1, p. 10-17, 2008.

VILLAS BOAS, A. Crer e Viver – Marie-Thèrése Nadeau (Resenha). Revista de Cultura Teológica, v. 16, p. 160-161, 2008.

SOUZA, N.; VILLAS BOAS, A. Do Rio de Janeiro (1955) à Aparecida (2007): Um olhar sobre as Conferências Gerais do Episcopado da América Latina e do Caribe. Revista de Cultura Teológica, v. 16, p. 127-146, 2008.

• Livros publicados/organizados ou edições

VILLAS BOAS, A.; OTTAVIANI, E. (Org.); BOECHAT, Neide (Org.). Deus entre a Filosofia e a Teologia Contemporânea. Curitiba: Editora Appris, 2014. v. 1. 1p.

VILLAS BOAS, A. Meio Ambiente & Teologia. São Paulo: Senac, 2012. 248p.

VILLAS BOAS, A. Teologia e Poesia – A busca de sentido da vida em meio às paixões em Carlos Drummond de Andrade como possibilidade de um pensamento poético teológico. Sorocaba: Crearte Editora, 2011. v. 1. 252p.

• Capítulos de livros publicados

VILLAS BOAS, ALEX. A densidade teológica dos gestos de Francisco. In: SANCHES, W.L.; FIGUEIRA, E. (Org.). Uma Igreja de Portas Abertas: Nos caminhos do Papa Francisco. São Paulo: Paulinas, 2016, v. 1, p. 69-87.

VILLAS BOAS, A. Deus e a Poesia entre a Filosofia e a Teologia Contemporânea. In: VILLAS BOAS, A.; OTTAVIANI, E.; BOËCHAT. (Org.). Deus entre a Filosofia e a Teologia Contemporânea. Curitiba: Editora Appris, 2014, v. 1, p. 135-186.

VILLAS BOAS, A. A mística não religiosa de Carlos Drummond de Andrade. In: BINGEMER, Maria Clara; CABRAL, Jimmy Sudário. (Org.). Finitude e Mistério: Mística e Literatura Moderna. Rio de Janeiro: PUC Rio/Mauad X, 2014, v. 1, p. 207-245.

VILLAS BOAS, A. Teologia, Mística e Literatura na poesia de Nikos Kazantzákis. In: MARIANI, C.B.; ABREU, E. H. (Org.). Diálogo Aberto – Teologia, saberes e cultura. São Paulo: Paulinas/Unisal, 2013, v. 1, p. 187-221.

VILLAS BOAS, A. A ‘theologia cordis’ da PUC-Rio. Memória, Identidade, Missão – Teologia da PUC-Rio – 45 anos. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2013, v. 1, p. 356-359.

VILLAS BOAS, A. A santidade em Metamorfose entre a Teologia e a Literatura. In: FERREIRA, A.M. (Org.). Teografias III: Metamorfoses da Santidade. Aveiro: Universidade de Aveiro, 2013, v. 3, p. 303-322.

VILLAS BOAS, A. O pecado das origens e a busca de sentido: antropologia comparada da narrativa de Adão e Eva entre a perspectiva de Machado de Assis e a Literatura Javista. In: FERREIRA, A.M. (Org.). Teografias II: Gramáticas da Criação – Adão e Eva e outros mitos. Aveiro: Universidade de Aveiro, 2012, v. 2, p. 97-107.

VILLAS BOAS, A. A mística poética como reinvenção da própria vida ou a poesia de si em Santa Teresa de Ávila. In: PEDROSA-PÁDUA, L.; CAMPOS, M. B. (Org.). Santa Teresa – Mística para nosso tempo. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2011, v. 1, p. 161-185.

VILLAS BOAS, A. A paixão pela palavra que une literatos e teólogos. In: ROCHA, A.; YUNES, E.; ROCHA, G. (Org.). Teologias e Literaturas. São Paulo: Fonte Editorial, 2011, v. 1, p. 101-128.

VILLAS BOAS, A.; MOREIRA, J.E. O uso e o ser da linguagem na alegoria hindu: Os sábios e o elefante. In: LAUAND, J.L. (Org.). Filosofia e Educação – Interfaces. São Paulo: Factash Editora/CEMOrOc-FEUSP, 2011, v. v2, p. 73-83.

VILLAS BOAS, A. Entre a Teografia e a Teologia. In: FERREIRA, A.M. (Org.). Teografias I: Sentimento Religioso e Cosmovisão Literária. Aveiro: Universidade de Aveiro, 2011, v. 1, p. 267-287.

VILLAS BOAS, A. É necessário saber beijar para saber viver! In: LAUAND, J. L. (Org.). Antropologia e Educação – Ideias, Ideais e História. São Paulo: CEMOrOc EDF-FEUSP/Factash Editora, 2010, v. 1, p. 223-238.

VILLAS BOAS, A. Dos teus lábios aos meus. In: LAUAND, J. (Org.). Filosofia e Educação: Estudos 8. São Paulo: CEMOrOc/EDFFEUSP/ Factash Editora, 2008, v. 1, p. 73-85.

2. ESTRUTURA 

Inicialmente entendemos como relevante a informação de que se trata do décimo quarto volume dentre as vinte e uma publicação sob o eixo do meio ambiente, haja vista que este tema em particular possuir características de formação e trato multidisciplinar, além de ser tema transversal, portanto de interesses muito diversos.

Assim, desde 2001, quando foi publicado o primeiro livro, temos a seguinte relação de obras sob a coordenação de José de Ávila Aguiar Coimbra:

NúmeroTítuloAutor
1Meio Ambiente & BiologiaSamuel Murgel Branco
2Meio Ambiente & EpidemiasStefan Cunha Ujvari
3Meio Ambiente & GeologiaOmar Yazbek Bitar
4Meio Ambiente & FísicaEduardo Landulfo
5Meio Ambiente & DesenvolvimentoJosé Eli da Veiga
6Meio Ambiente & AntropologiaMaurício Waldman
7Meio Ambiente & PaisagemTeresa Emídio
8Meio Ambiente & ConsumismoGino Giacomini Filho
9Meio Ambiente & OceanoLuiz Roberto Tommasi
10Meio Ambiente & CinemaRichard Hug Bente
11Meio Ambiente & FlorestasEmílio F. Moran
12Meio Ambiente & BotânicaLuciano M. Esteves
13Meio Ambiente & NaturezaRita Mendonça
14Meio Ambiente & TeologiaAlex Villas Boas
15Meio Ambiente & CemitériosAlberto Pacheco
16Meio Ambiente & GêneroLoreley Garcia
17Meio Ambiente & EconomiaCarmen Augusto Varela
18Meio Ambiente & EscolaDaniel Luzzi
19Meio Ambiente & Evolução HumanaMaurício Andrés Ribeiro
20Meio Ambiente & QuímicaPérola de Castro Vasconcellos
21Meio Ambiente & EcovilasGiuliana Capello

De forma a complementar as informações acerca da obra, questionamos o autor por correio eletrônico com duas perguntas, cujas respostas apresentamos a seguir:

a) Qual a sua intenção primordial ao escrever a obra?

“Pensando como Dilthey, a decisão seminal, ou seja, o que motivou a escrever foi o convite que me fez o coordenador da Coleção Meio Ambiente e Outros Saberes, da Editora SENAC, e também fora coordenador do Latu Sensu em Gestão em Meio Ambiente”. 

b) A quem queria alcançar?

“O público que pretendia alcançar a obra era: teólogos que não tinham conhecimento sobre a questão Meio Ambiental, bem como meio-ambientalistas que não viam relação de seu trabalho com a teologia, ou expressões de fé cristã”.

2.1 Desenvolvimento lógico dos temas

O livro, de maneira geral e em suas duzentas e quarenta e oito páginas, apresenta cinco capítulos, além de: Nota do editor, Prefácio, Apresentação, introdução, Bibliografia e Sobre o autor.

De maneira quantitativa/proporcional, temos o que segue:

A distribuição e seu conteúdo ocorre da seguinte forma:

• Nota do editor

Entendendo a necessidade de discussão do tema ambiental com as demais áreas do saber, essa obra tem a intenção de produzir um diálogo entre aecologia/meio ambiente com a teologia, com vistas à preservação da nossa morada.

• Prefácio

Escrito por José de Ávila Aguiar Coimbra, a quem coube a coordenação dessa coleção acerca do meio ambiente, esse prefácio adota inicialmente a posição de realçar a ideia transversal e interdisciplinar do tema ambiental; em seguida, aborda a teologia na moderna cosmovisão ambiental.

Elabora uma introdução à teologia um pouco mais longa para, mais adiante indicar um caminho de relação com o meio ambiente, cujo ponto de inflexão é o Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965), pois produz uma revisão do pensamento cristão e seu posicionamento no mundo.

Segundo suas palavras: “É patente que a teologia, que consagra um mundo sobrenatural, não pode omitir-se quanto à Terra considerada casa e morada da família humana”. (p. 15)

Ou ainda: “Não poderia encerrar estas linhas sem afirmar que a ecologia contribuiu, e muito, para a renovação da teologia. E esta, por sua vez, retribuiu conferindo bases transcendentais à ecologia, bases de natureza filosófica e também moral”. (p. 17) 

• Apresentação

O autor inicia a apresentação de sua obra com algo de relevância: “A filosofia nasce do espanto com a vida que inquieta o coração humano e o faz procurar a razão para isso. A teologia também”. (p. 21)

Penso que seja relevante pela apresentação da motivação pelo conhecimento e busca de verdades que fazem algum sentido para aqueles que ainda possuem a capacidade de se espantar.

O autor apresenta fatos e logo depois indica sua busca por apresentar a ideia de cuidar da nossa morada e com sentido sobrenatural, visto ser criação.

• Introdução

Villas Boas faz uso de apenas cinco páginas para sua introdução, estabelecendo suas ideias primordiais de falar acerca do meio ambiente e da teologia de modo stricto senso, para depois poder “encontrar uma terceira margem” (p. 25), evidenciando que há algo que nem sempre é bem compreendido, ou melhor: “o meio ambiente é uma questão existencial e não meramente ambiental” (p. 25), questão essa retomada ainda na introdução quando apresenta a forma como pretende contribuir com essa reflexão pela sua obra: “Visamos, sim, apresentar uma reflexão que se pauta na sabedoria da vida dos conteúdos dessa fé, essencialmente existenciais”. (p. 28)

• Capítulo 1 – Como podemos entender o meio ambiente?

“Logo, “meio ambiente” é o modo próprio (meio) como o ser humano se apropria da autonomia dos ecossistemas que compõem o “ambiente” da natureza, neles interfere e com ele interage”. (pp. 33-34)

• A crise de consciência ecológica e “meio ambiental”

“O problema não é o conforto, mas o conforto ingênuo e irresponsável”. (p. 41)

• Não esperar o dia seguinte

“O planeta não depende de nós para existir”. (p. 44)

“…indignação humana”. (p. 46)

• Capítulo 2 – Como podemos entender a teologia

Acerca dessa breve introdução desse capítulo, vale destacar dois trechos de significativa importância para uma compreensão per si e também para o entendimento do raciocínio, o fio condutor, de Villas Boas ao longo do livro.

“…a teologia tem um grande desafio: ajudar os homens e mulheres de seu tempo a encontrar sentido de vida que lhes dê razões para viver e consciência para conviver e se comprometer com a vida, acreditando que aquela experiência fontal com o Mistério da Vida, que chamamos Deus, ainda tem algo a dizer ao ser humano contemporâneo”. (p. 48)

“Portanto, a teologia deve situar-se dentro da temporalidade humana, integrando o passado, sabendo ouvir os grandes mestres, sendo fiel ao momento presente na medida em que assume as chagas de seu tempo, projetando o coração humano para um novo futuro possível, a serviço da esperança, tocando diretamente num ponto nevrálgico da existência: o senso de que a vida é sagrada”. (p. 48)

• Brevíssima história de um termo que fez história

“Assim, na presente obra a teologia será entendida como esta pergunta: qual a participação de Deus na busca de Sentido da Vida?”. (p. 62)

Após uma breve introdução para capitanear a sua conduta no desenvolvimento lógico, o autor fará uma viagem ao longo do tempo apresentando a formação do Povo de Deus, que se dará pela exploração do Antigo e o Novo Testamento.

Entende-se que o Evangelho, o Novo Testamento, representa a descontinuidade daquele modelo anterior com caráter “exclusivo”, passando a ser “inclusivo” por meio do amor: “Jesus tinha algo a ensinar sobre o Mistério da Vida”. (p. 97)

• O que tudo isso tem a ver com o meio ambiente?

Em primeiro lugar o autor indica sua preocupação em “evitar reducionismos” (p. 113) relacionados à teologia e ao meio ambiente, algo como que uma automática rotulagem para os desavisados.

Ambos conhecimentos estão diretamente ligados com a vida dos indivíduos, podendo produzir frutos muito importantes a partir de uma reflexão responsável e ações que atinjam toda a criação.

“O encontro/aliança entre ecologistas e pessoas que procuram a fé inteligente e encarnada em seu tempo não se pauta necessariamente pela fé, mas, antes, pela humanidade, e o cristianismo, além de ser uma tradição de fé, é uma tradição de um Deus que também é verdadeiramente humano”.

• Capítulo 3 – Um único horizonte: o valor da vida

Neste capítulo a vida está no centro das atenções do autor, não apenas no seu valor, mas também explorando bastante o conceito de “sentido”.

Logo no primeiro parágrafo se estabelece uma relação importante entre teologia (Reino de Deus) e ecologia (meio ambiente como bem de uso comum) quando se trata de construção de vida digna para todos.

• A questão do Sentido da Vida

Trata-se do “processo de encanto-valorização-responsabilização pela vida” (p. 121), ou, por outras palavras: “Quem tem um sentido para viver descobriu que a vida vale a pena apesar de seus próprios problemas, problemas ao seu redor, injustiça do mundo, desengano de amor e alienação das pessoas” (p. 126).

Aqui, a referência maior é o pensamento de Viktor Emil Frankl (1905-1997), fundador da terceira escola vienense de psicoterapia, denominada “logoterapia”, onde a busca de sentido da vida da pessoa é a principal força motivadora no ser humano.

Para Frankl, cada pessoa é questionada pela sua existência e somente pode responder à vida respondendo por sua própria vida e sendo responsável pela sua resposta. Assim, a Logoterapia enxerga na responsabilidade a essência da existência humana.

“Transferindo para a esfera do meio ambiente”[…]: “Só quem descobre que a vida tem sentido passa a entender sua responsabilidade para com ela”. (p. 139)

• Reino de Deus: Mistério e consciência do amor na vida

“A consciência do Reino de Deus não é algo que pertence ao cristianismo; antes, o cristianismo pertence ao Reino de Deus, e este último constitui sua meta”. (p. 150)

Obs.: O autor faz uma referência à obra de Tolstói para auxiliar sua argumentação: “Onde existe amor, Deus aí está”. (p. 150)

• O Código Deuteronomista: legislação para a vida

“Todo reino tem uma Lei, até mesmo o Reino de Deus, onde a vida é protegida por Sua Lei” (p. 151), “especialmente a dos mais fracos” (p. 158) para glorificar a Deus.

• Mas ainda não entendi a ligação entre teologia e ecologia

“A teologia e a ecologia podem juntas colaborar para ampliar o horizonte de responsabilidade do ser humano para uma compreensão mais ampla do valor da vida”. (p. 174) 

Obs.: O autor faz uma referência a uma sentença de Ratzinger de maneira bem apropriada: “A verdade subjetiva faz parte da verdade objetiva para se tornar eficaz”.

• Capítulo 4 – Nova ecologia + nova teologia = novo meio ambiente

A nova ecologia: “Consciência ecológica profunda” (p. 186)

• A crise eclesiológica e a teologia do laicato

Com a crise eclesial, surge o poder laico, tendo como principal fato a Constituição Dogmática Lumen Gentium (Luz dos povos), de 1964.

O Reino de Deus, que é a nova humanidade, é estendido a todos os indivíduos que creem e vivem os mesmos valores, tais como amor, justiça, bondade.

• Ecologia e teologia do laicato

“Assim na terra como no céu”. (p. 209) 

• Pan-en-teísmo, reverência e fraternidade universal

Mais que pensamentos e teorias, ação. Assim, o autor apresenta três personagens “conduzidos pelo Espírito, Senhor da História, que aprofunda as consciências”. (p. 211)

– Pierre Telhard de Chardin (1881-1955): Pan-en-teísmo – “Deus está em tudo, e tudo merece respeito por sua vocação divina”. (p. 215)

(Conceito diferente de pan-teísmo, em que tudo é Deus.)

– Albert Schweitzer (1875-1965): “Reverência pela vida”. “Tudo o que é vivo deseja viver e tem o direito de viver”. (p. 219)

– Il Poverelo (1181-1226): Difusor do conceito de “pobreza” e também o sentimento fraterno com tudo o que foi criado por Deus.

• Capítulo 5 – Conclusão – A ecologia: sentido de casa

Teologia e ecologia precisarão assumir o papel, haja vista que a consciência ecológica passou a ser necessária na atual conjuntura na defesa da vida. “Somos filhos da mesma família, moradores da mesma casa, membros do mesmo corpo, Gaia para a nova ecologia, o Cristo cósmico para a teologia, mesma e única realidade do Mistério de Comunhão para toda forma de vida”. (p.228)

• Projeto de vida para a vida

O autor indica a necessidade de a teologia buscar práticas a partir das teorias e assim indica os frutos dessa experiência: a CNBB e as Campanhas da Fraternidade, incluindo as pastorais relacionadas ao tema ambiental.

• E agora, José?

Ou melhor, o que fazer? Assim em decorrência de tudo o que já foi tratado, se presume que fé e razão podem se relacionar para prestar um serviço para a preservação e manutenção da vida, buscando construir a civilização empática(conceito de Rifkin, p. 238).

• Bibliografia

Alex Villas Boas, separa suas fontes em dois grupos, sendo o primeiro (Para continuar a conversa) para as obras que relacionam os dois temas, enquanto que a outra parte (Obras de referência teológica) trata especificamente acerca da teologia.

• Sobre o autor

Informações resumidas à época do lançamento, 2012. 

2.2 Tese central do livro, conceitos utilizados e referencial teórico

A mensagem preponderante da obra está relacionada no entendimento de que o cuidado para com o Meio Ambiente é convergente com o sentido de Deus na busca de sentido do ser humano.

Além disso, a tarefa teológica precisa incorporar a consciência ambiental como um natural desdobramento da tradição de pensamento teológico, ou seja, a questão do meio ambiente não é estranha à teologia, mas convergentemente epistemológica, não sem ser necessária a depuração da consciência histórica em seus limites.

Em outras palavras, é possível e necessário uma outra forma de pensar a teologia, de tal sorte que conduza a experiência de fé a um processo de subjetivação responsável pelo meio ambiente, uma expressão de amor.

2.3 Argumentos desenvolvidos pelo autor, direcionando a apresentação no sentido do foco da disciplina e do projeto.

Mediante ao que podemos considerar como condição inicial, apresentado como projeto de pesquisa, o que se pretende é tratar da relação entre a transcendência e os aspectos socioambientais por meio da espiritualidade inaciana do Papa Francisco, cujo objeto de estudo será a Carta Encíclica Laudato si’.

De maneira prática, há aqui algo de muito importante a comentar, pois um dos personagens apresentados, Telhard de Chardin, também é jesuíta, fato que complementa de forma importante a linha de pensamento reinante no projeto, pois o pensamento Pan-en-teísmo é o desenvolvimento do conceito de Santo Inácio acerca da natureza e finalidade das coisas criadas, contidas nos Exercícios Espirituais.  

Pretende-se uma discussão da questão da criação do homem e seu papel diante da natureza como ator, responsável pela manutenção da vida e ser transcendente, questões tratadas ao longo de toda a obra, incluindo também mais um conceito inaciano, nos Exercícios Espirituais, contemplação na ação.

Ao final desse estudo, pretende-se produzir um conteúdo que esclareça e posicione o indivíduo diante da concepção cristã de Deus, de si, dos demais indivíduos e do ambiente que o cerca, convergindo, portanto, nas ideias de Reino de Deus, Povo de Deus, Mistério da Vida, interdependência/integração, responsabilidade e sentido da vida, “assim na terra como no céu”, a força laica, o amor pela vida,   

3 – Comentários críticos

A questão ambiental e teológica não foi tratada no sentido moralista, mas como umexercício de virtudes humanas para fins de transcendência.

“O que aqui intento é que nos conheçamos para instituir a amizade entre os diferentes em prol da vida que nos é comum. Muitas vezes, aprendi a ser mais católico com meus amigos protestantes, ateus, budistas, porque todos queríamos ser mais humanos”. (p.237)

4 – Bibliografia sugerida

FRANKL, Viktor Emil. A presença ignorada de Deus. 10. ed. São Leopoldo: Sinodal, 2007. 131 p.

FRANKL, Viktor Emil. Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração. 22. ed. São Leopoldo: Sinodal, 2006. 136 p.

SHEED, Frank Joseph. Um mapa para a vida: uma explicação simples da fé católica. São Paulo: 2016. 137 p.

VILLAS BOAS, Alex. Meio ambiente & teologia. São Paulo: Senac, 2012. 248 p.

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